Presidente do PSDB na cidade de SP diz acreditar em 3ª via: ‘Brasil nunca tentou um governo de centro’ 125w5q

4s4s3h

Em entrevista à Jovem Pan, Fernando Alfredo afirmou que um pedido de impeachment está sendo preparado e deve ser protocolado no Congresso nos próximos dias

  • Por Victoria Bechara
  • 10/07/2021 10h00 - Atualizado em 10/07/2021 11h01
  • BlueSky
Reprodução/Facebook/Fernando Alfredo Fernando Alfredo, presidente do diretório do PSDB de São Paulo Presidente do diretório municipal do PSDB falou sobre o cenário político das eleições brasileiras

Manifestantes do PSDB se uniram a outros partidos no último sábado, 3, na Avenida Paulista, em um protesto contra o governo do presidente Jair Bolsonaro. Nas redes sociais, o presidente do diretório municipal do partido em São Paulo, Fernando Alfredo, disse preferir “ir para a rua apanhar do que ficar do gabinete emitindo nota em Twitter.” Em entrevista à Jovem Pan, ele afirmou que um pedido de impeachment está sendo preparado pelo diretório municipal e deve ser protocolado no Congresso nos próximos dias. Alfredo também falou sobre o posicionamento do PSDB – que apoiou Bolsonaro em 2018 –, as eleições de 2022 e os planos de concorrer a uma vaga no Senado. Confira a entrevista: 

Vimos a presença do PSDB na última manifestação contra o presidente Jair Bolsonaro, em São Paulo, pela primeira vez. O que fez com que o diretório municipal tomasse essa decisão">O secretariado do partido já havia participado das outras duas manifestações, o núcleo inter-religioso e a Diversidade Tucana. Eles convenceram da importância do PSDB se posicionar naquele momento. Eu reuni a executiva municipal e o diretório, fechamos a participação nas manifestações e, a partir daí, começamos a mobilizar o pessoal para ir. 

As denúncias recentes de corrupção contra o governo contribuíram para esse posicionamento">As denúncias só vieram engrossar o caldo. O PSDB já estava batendo e dizendo que era oposição ao Bolsonaro há muito tempo aqui em São Paulo, desde o segundo mês de governo. A cada dia que a, a cada enxadada que dá sai minhoca. O nosso posicionamento não foi só em relação às manifestações. A gente já vem se posicionando há muito tempo, mas agora nós fomos para a rua. 

Um vídeo que circulou nas redes sociais mostrava uma confusão entre manifestantes do PCO e do PSDB no ato. Porque o senhor acha que isso ocorreu">

Nas redes sociais, o senhor inclusive criticou o posicionamento da direção nacional do PSDB em relação ao episódio e disse que não pode ser considerado como intolerância de toda a esquerda. Totalmente. Como eles classificam os atos pelo que os outros falam? Eu estava lá. Eu liguei para o Bruno Araújo [presidente nacional do PSDB], falei ‘cuidado com o que vocês postam porque não reflete a realidade do que aconteceu lá’. 

O senhor acredita em uma união com os partidos de esquerda como oposição ao governo nesse momento">Eu acredito em uma união com todos os partidos de esquerda, de centro e de direita que queiram o fora Bolsonaro. Nós não estamos discutindo eleição nem ideologia partidária, nós estamos discutindo a vida e a democracia que estão ameaçadas nesse momento no país. Então eu não estou indo na manifestação discutir a social democracia que meu partido defende, não estou indo discutir sobre socialismo e comunismo. Eu estou lá a favor da vida e da democracia, foi por isso que o PSDB se posicionou. Não estou em um embate político e eleitoral pensando em 2022, eu estou pensando nas pessoas que estão morrendo hoje. A nossa democracia está ameaçada. 

Em 2018 o PSDB apoiou o presidente Jair Bolsonaro. O governador João Doria chegou, inclusive, a fazer uma campanha usando o nome dele. O que mudou">João Doria, por uma estratégia eleitoral, e por acreditar que naquele momento o Bolsonaro era melhor que o Haddad, apoiou. No segundo mês de governo, quando o Doria percebeu que esse governo não tinha rumo, prontamente ele foi e disse ‘esse governo não me representa’. Ele [Bolsonaro] foi eleito com uma pauta de prioridades e já mostrou no segundo mês que é tão errado quanto o governo do PT. 

Apesar de o PSDB ter se posicionado contra o governo, o partido não chegou a apoiar oficialmente um pedido de impeachment. Isso pode mudar">

E quais são as bases que o PSDB vai usar para esse pedido de impeachment? A gestão durante a pandemia, a corrupção, a esposa dele recebendo cheques do Queiroz. Tem inúmeros fatores que esse grupo está trabalhando. E cada dia que a tem um fato novo. 

Outros diretórios vão ">Eu não sei se o Marcos Vinholi [presidente do diretório estadual do PSDB de SP] e o Bruno Araújo vão . Esse pedido vai assinado por todos os dirigentes do partido aqui na cidade de São Paulo. 

O PSDB aprovou o modelo de prévias para 2022 recentemente. O que o senhor acha da possível candidatura do governador João Doria à Presidência">O governador João Doria se preparou. É o governador de Estado mais importante da nação e vai fazer agora um processo de dialogar com o restante do partido no país para disputar prévia. Prévia é um instrumento democrático que o PSDB tem desde 2012. Eu mesmo devo disputar as prévias pela vaga do Senado aqui em São Paulo. A nível nacional nós temos o governador João Doria, que é o meu candidato, o governador Eduardo Leite, o senador Tasso Jereissati e o Arthur Virgílio, que vão dialogar com a militância nesse período para ver quem tem a melhor proposta e quem representará o PSDB nas eleições de 2022. 

E como o senhor vê o cenário para as eleições de 2022? Acredita em uma terceira via? Eu acredito. A cada dia que a, com os números que nós temos acompanhado, se consolida essa terceira via. Na última pesquisa o governador João Doria já empatou com o Ciro Gomes com 6 pontos. Com uma diferença, o Ciro é um cara que já está há muito tempo na vida pública, o Doria tem sua carreira mais curta num cargo eletivo. Eu acredito veementemente numa terceira via até porque o Brasil já testou os dois extremos. O Brasil já testou um governo de extrema-esquerda, já testou um governo de extrema-direita — que nós estamos vivendo nesse momento — e nunca tentou um governo de centro, de diálogo. Nunca se fez tão necessária a social democracia em um momento como esse. As pessoas serem capazes de ouvir os extremos e transformar em políticas públicas capazes de encurtar as distâncias sociais que o Brasil vive hoje. 

O senhor comentou que pretende concorrer ao Senado. Quais os planos até o momento">Eu me coloquei à disposição do partido. Começo a rodar o Estado de São Paulo nos próximos dias com a proposta de ter um militante senador. Alguém que representa as bases do partido e que ouça os anseios da militância no Congresso Nacional. Entendo e respeito a história do senador José Serra, mas acho que o momento é de ter alguém que tenha mais vigor na atividade no Senado. Defendo o Serra pela história que ele tem, ele pode ser um ótimo deputado federal, é o nosso melhor nome para ser o presidente do Congresso em um governo tucano. 

  • BlueSky

Comentários

Conteúdo para s. Assine JP .